Samba Acadêmico Brasil Edição 09 ANO I Dezembro 2016 | Page 33

Outro fator importante passa a ser a inclusão na internet. Sem apoio de rádios, TVs abertas, e meios de comunicação, as comunidades e sambistas passam a veicular seus trabalhos na internet, através de sites, blogs, youtube, e mais recentemente Web Rádios e Web TVs. Alguns destes sambistas inclusive têm disponibilizado seus trabalhos na internet para serem baixados gratuitamente.

Ocorre que é comum nos eventos as comunidades cantarem sambas inéditos que não constam de programações das rádios convencionais, provando o trabalho importante deste movimento cultural. Comum também passou a ser as visualizações via youtube, algumas chegam a ter mais de 25 mil vizualizações. Outro aspecto é o baixo custo para divulgação através das redes sociais. Os flys publicitários das mais variadas criações, são divulgados gratuitamente através das próprias comunidades via internet.

Toda esta riqueza cultural mantém entre si um laço fraternal, ligado umbilicalmente pelo Samba e tudo aquilo que ele representa na formação de nossa identidade cultural. Mas o poder público entende como samba apenas o mês de fevereiro ou o Carnaval, através das Escolas de Samba, grande celeiro do samba brasileiro. Vale aqui lembrar que na realidade, o Carnaval não é Samba, nem o Samba é Carnaval. Para se registrar, a primeira música cantada por um bloco carnavalesco foi uma música francesa. No entanto, as comunidades de samba se reúnem pelo menos uma vez por mês, algumas semanalmente, porém quando não estão em suas comunidades, visitam comunidades vizinhas, participando de eventos ou apenas visitando-as. Essa facilidade de trocas culturais é outro fator importante para o sucesso destes eventos, revitalizando e oxigenando culturalmente as comunidades de uma maneira global.

Preservar a história do Samba em nosso Estado de São Paulo e em nosso país, bem como a valorização e conservação do patrimônio cultural imaterial, histórico e artístico, em todas as suas expressões e linguagens culturais.

Neste escopo está a Responsabilidade Social, combater a distinção de raças, credos, preconceitos e todas as formas de intolerância, sempre respeitando os Direitos Humanos Universais.

Nosso povo é fruto de miscigenação em sua medida mais ampla, e a promoção da diversidade cultural se faz necessária, contribuindo para o seu reconhecimento e consolidação em benefício das gerações culturais futuras, como meio permanente de enriquecimento da sociedade.

As comunidades entendem que podem colaborar com este processo sócio-cultural, elaborando e executando projetos e ações que promovam a participação e o desenvolvimento da população em todos os aspectos: políticos, econômicos, sociais e culturais.

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Revista Samba Acadêmico Dexembro 2016 33 25