Revista Redescrições | Page 84

84 do que parcela dos críticos. De fato, ele foi veementemente denunciado pela direita e pela esquerda tanto por ser um perigoso relativista quanto por ser um apologista do status quo. Ao mesmo tempo, sua esperança imortal por um futuro humano melhor pode ser seu grande legado. Ao “colocar a política em primeiro lugar e adaptar uma filosofia para atendê-la”, como uma vez ele escreveu, procurou remover as barreiras intelectuais que podem nos fazer negligenciar e perpetuar em vez de notar e remediar a injustiça e o sofrimento humanos correntes (RORTY, 1991, p. 178). A aposta de Rorty foi a de que mudando nossas atitudes em relação a nossas amadas crenças e práticas, de modo a vêlas como contingentes e falíveis, em vez de encará-las como tendo captado a realidade do modo correto, tornamo-nos mais tolerantes e mais justos. Seu pragmatismo nos mostra um caminho para chegar lá. * Christopher J. Voparil é Ph.D. em Teoria Política (The New School for Social Research) e é autor do livro Richard Rorty: Politics and Vision (2006). E-mail: [email protected]. ** Vitor Ferreira Lima é pesquisador do Centro de Estudos em Filosofia Americana (CEFA) e estudante de Filosofia da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). E-mail: [email protected]. BIBLIOGRAFIA RORTY, Richard. Philosophy and the Mirror of Nature. Princeton, NJ: Princeton University Press, 1979. ______________. Consequences of Pragmatism: Essays, 1972-1980. Minneapolis: University of Minnesota Press, 1982. ______________. Contingency, Irony, and Solidarity. New York: Cambridge University Press, 1989. ______________. Objectivity, Relativism, and Truth: Philosophical Papers, vol. 1. New York: Cambridge University Press, 1991. ______________. Truth and Progress: Philosophical Papers, vol. 3. New York: Cambridge University Press, 1998a. ______________. Achieving Our Country: Leftist Thought in Twentieth-Century America. Cambridge, MA: Harvard University Press, 1998b. ______________. Philosophy and Social Hope. New York: Penguin Books, 1999. Redescrições – Revista online do GT de Pragmatismo, ano VI, nº 1, 2015 [p. 79/85]