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Um dos desafios de Rorty foi reconciliar sua ênfase na redescrição e na
renovação linguística com as dimensões comuns que tornam a identificação moral
compartilhada possível. Em Contingência, Ironia e Solidariedade, seu trabalho mais
original, ele adota as instituições liberais e uma “firme distinção entre privado e
público” para manter nossa habilidade nietzschiana de continuamente redescrever a nós
mesmos, ao alterar nossos vocabulários para não enfraquecer nosso compromisso
público de reduzir a crueldade que, seguindo Judith Shklar, ele considerou como “a pior
coisa que fazemos” (RORTY, 1989. p. xv). Além \