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CONCLUSÃO
O conhecimento é o mais potente dos afetos: somente ele é capaz de induzir o ser
humano a modificar sua realidade. Foi assim que o filósofo alemão Friedrich Nietzsche
(1844–1900) resumiu o poder que o ato de conhecer tem sobre a vida de um indivíduo.
Séculos antes, mais precisamente no século XVII, outro filósofo muito conhecido, Baruch
Spinoza (1632–1677), enunciava afirmação semelhante. Também o pensador holandês
acreditava que no conhecimento a humanidade encontraria a mais forte fonte de
transformação social.
No pensamento contemporâneo parece existir, segundo Rorty, uma crise
no
fundamentalismo, uma vez que o filósofo não pode mais pretender saber algo sobre o
conhecimento que ninguém mais sabe tão bem. Segundo este pensador, tal crise seria advinda
do problema dualismo corpo- mente, mundo externo e mundo interior, e na noção tradicional
de verdade. Para este pensador, os grandes sistemas filosóficos e o caráter fundacional da
filosofia em relação a outros saberes, acabaram sendo superados.
Desta maneira a linguagem é simplesmente vista como algo “... útil para explicar o
sucesso da inquirição, exatamente como “um mapa tem sucesso se corresponde de um modo
apropriado a uma porção particular da terra”. (PUTNAM apud RORTY, 1988, p. 293).
O que não retira a importância da leitura. Ocorre que ao ler, tenho estímulos para
escrever, e o mais importante, refletir. Ora, refletir se assemelha as pessoas que constroem
casas, porque toda vez que estendo meu conhecimento nos mais variados vocabulários,
inclinando-me a uma “Cultura Literária”, tenho a possibilidade de „construir‟ casas para
abrigar nossas angustias, nossas dúvidas, é uma espécie de proteção a nossa nudez da nossa
contingência.
As palavras nos permitem sermos homens e mulheres de partidas, buscando sempre
mais nossa incompletude.
* Matêus Ramos Cardoso é especialista em Ét ica pela Finon - Faculdade do Noroeste de Minas -MG.
Especialista em Ciências da Relig ião pela Universidade Cândido Mendes -RJ. Mestrando em Filosofa na
UFRGS-RS.E-mail: [email protected] .
REFERÊNCIAS
CARVALHO, F. A. Individualismo Solidário: uma redescrição da filosofia política de
Richard Rorty. Rio de Janeiro, 2006. Tese (Doutorado em Filosofia) – Instituto de Filosofia e
Ciências Sociais, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2006
Redescrições - Revista online do GT de Prag matis mo, ano VI, nº 1, 2015 [p. 70/78]