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estético, mas algo que pode ser comprovado, talvez, através de documentos. Essa
pessoa pode não estar em condições de fundamentar claramente o seu juízo. – Mas
não da mesma maneira co mo aprendemos a calcular. Precisaria de u ma longa
experiência. Quer dizer, o aprendiz teria, talvez, de observar e comparar
repetidamente u ma série de quadros de diferentes mestres. Com isso podíamos darlhe indicações. Bo m, isto era o processo de aprendizagem. Ele observava então um
quadro e emit ia u m juízo. Podia, na maio ria das vezes apresentar razões para o seu
juízo, mas, na maioria das vezes, não seriam elas que seriam convincentes.
(WITTGENSTEIN, 2010, p. 34)
É possível ensinar a esculpir, mas não da mesma maneira como se ensina a resolver
um problema em matemática. Os enigmas estéticos dizem respeito às impressões que uma
obra artística provoca, o que não pode ser solucionado por meio de uma regra de causalidade.
“O problema para o qual se quer encontrar uma solução satisfatória, tal como os problemas da
vida, não é resolvido através de modelos mecânicos ou científicos” (CRESPO, 2011, p. 306).
A impossibilidade, nessa área, por parte da ciência em dar respostas satisfatórias, já fora
constatada de forma saliente no Tractatus, mas é também reforçada posteriormente: “uma
explicação estética não é uma explicação causal” (WITTGENSTEIN, 1966, p. 39). Marrades
destaca a posição de Wittgenstein ao considerar que
talvez o traço mais conspícuo da estética no pensamento de Wittgenstein é sua
irredutibilidade ao científico. Esta contraposição pode concretizar -se de diferentes
maneiras. No Tractatusse materializa