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quanto os da filosofia provêm do mesmo sistema secundário e refinado 55 . O que ocorre
é que, no âmbito da ciência experimental, a experiência é, como Dewey mencionou, o
ponto de partida e de chegada da investigação. Ou seja, “as ciências naturais não apenas
extraem seu material da experiência primária, como também regressam a ela a fim de
serem testadas” 56 .
Assim, em contraposição aos conceitos intuitivos dos racionalismos que visam a
uma síntese supraempírica da experiência, a filosofia de Dewey é empirista. Ele mostra
que a sua crítica à utilização tradicional do método não empírico em filosofia não ocorre
porque existe um excesso de teorização. Na verdade, o que ele pretende mostrar é que
há no método não empírico uma falha na utilização dos resultados refinados e
secundários, uma vez que eles não são tomados como trilha indicando e reconduzindo a
algo na experiência primária. Dessa forma, em filosofia, “o malogro é tríplice”, pois,
conforme Dewey:
First, there is no verification, no effort even to test and check. What is even
worse, secondly, is that the things of ordinary experience do not get
enlargement and enrichment of mean ing as they do when approach through
the mediu m of scientific principles and reasoning. This lack of function
reacts, in the third place, back upon the philosophic subject-matter in itself.
Not tested by being employed to see what it leads to in ordinary experience
and what new meanings it contributes, this subject-matter beco mes arbitrary,
aloof- what is called “abstract” when that word is used in a bad sense to
designate something which exclusively occupies a realm of its own without
contact with the things of ordinary experience 57 .
São essas considerações que causam a repulsa de muitas pessoas para com a
filosofia. Essa última ficou presa à crença de que os objetos da reflexão são alcançados
apenas por aqueles métodos que empregam a ideia do racionalmente compulsório