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Dewey reivindica o conhecimento como uma conexão. A autora salienta a opção de
Dewey por uma filosofia empírica, que dialogue com os métodos científicos.
Em “Ver aspectos: a atividade estética em Wittgenstein”, Edimar Brígido
caracteriza a posição do filósofo no seu texto Tractatus, ali Wittgenstein equipararia a
ética à estética, e vincularia ambas a uma inexpressividade necessária – o inefável. Se
dedicando aos textos Cultura e Valor e Investigaçõs Filosóficas, o autor relaciona essa
inexpressividade a uma impossibilidade de reduzir a filosofia à lógica; a atividade de
ver aspectos seria inerente à compreensão humana, de tal forma que o objeto em si não
determina a observação, mas varia indefinidamente. Segundo o autor “a experiência do
valor deixa de ser caracterizada por uma saída do mundo e torna-se, agora, o próprio
mundo onde o sujeito se encontra”.
Fechando a seção de artigos, Mateus Ramos Cardoso, em “Sociedade,
literatura e contingência”, apresenta uma breve introdução ao pensamento de
Richard Rorty, polemizando com o platonismo, na figura de Sócrates e passando
imediatamente ao novo papel desempenhado pela literatura, pela poesia. Mateus
aborda os desdobramentos do conceito de uma Redescrição em aspectos políticos e
sociais, tendo em vista o poder transformador de ler e escrever.
Já na seção de traduções, Christopher Voparil, no texto traduzido por Vitor
Ferreira Lima "O pensamento político de Richard Rorty", descreve o que poderia ser
entendido como o que pensa Rorty sobre a política, enfatizando em sua noção de
pragmatismo e sua defesa do antirepresentacionismo.
Finalmente, fechando este número, Peter Sloterdijk, em entrevista traduzida
por Vitor Ferreira Lima e Giovane Martins, "Teoria das esferas, conversando comigo
mesmo sobre a poética do espaço", conversa consigo próprio – ele mesmo sendo
entrevistador e entrevistado –, para esclarecer os principais conceitos do seu projeto
filosófico maior: a trilogia Esferas, ainda sem tradução em língua portuguesa.
Boa leitura!
Os Editores.
Redescrições - Revista online do GT de Prag matis mo, ano VI, nº 1, 2015 [p. 4 a 5]