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da consciência, de tal sorte que o mental se constituiu isolado e separado,
autossuficiente e fechado em si mesmo.
Uma epistemologia contemporânea não pode desconhecer o esforço de Dewey
quando este descreve o mundo complexo, uma mistura de ordem e de desordem, de
certeza e incerteza, de trigo e joio, argumentando que o reconhecimento desse fato
possui significação fundamental para construir uma epistemologia naturalista. A
filosofia clássica, ao contrário, sai em busca do eterno e imutável no ser, fundamenta-se
no conhecimento derivado de uma ciência primeira que fornece uma base comum e
universal, bem como princípios racionalmente puros. Assim, concebe-se como uma
ciência que está além da experiência e cujo procedimento se baseia num saber
contemplativo ou teórico. Ela se dedicaria ao estudo das coisas que existem
independentemente dos homens e de suas ações, como se isso fosse possível. A ideia de
uma teoria da contemplação do eterno é rejeitada por Dewey, assim como a pretensa
capacidade da mente de intuir verdades indubitáveis, fato esse que o coloca na direção
contrária ao cogito cartesiano.
Relação entre Filosofia e Ciência
De Waal comenta que, para Dewey, “o caso paradigmático de aquisição do
conhecimento não é o do cientista ou do filósofo que ociosamente contempla este ou
aquele assunto em seus estudos profundos”, mas decorre da emergência de um
problema concreto que exige uma resposta 43 . Essa emergência é derivada daquilo que
Dewey chamou de situações indeterminadas,