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visual, mas não sabemos ao certo, já que existem formas muito distintas de alucinações
(as de forma verbal sendo as mais complicadas e mais profundamente tratadas pela
psicanálise, como alucinações auditivas sofridas por pacientes surdos26). Tratando-se de
uma alucinação visual, supõe-se que o alucinado aponte na direção que ele estaria
internamente experimentado de uma imagem produzida pelo delírio mental, pois ao
apontar ele diz que lhe estão no encalço. Tem-se um gesto, uma frase e a suposição de
que esse gesto corresponda à imagem interna, numa ordem subjetiva e exclusiva ao
alucinado; gesto porém igualmente visto, por quem estiver presente na ocasião,
simultâneo àquelas palavras, “como se” alguém lá estivesse.
A conclusão passeia leve pelos lábios: ninguém lá está onde ele aponta, logo ele
está delirando; e, do ponto de vista de uma teoria da percepção de perspectiva clássica
(que postula como condição epistemológica a existência física de um objeto que está em
contato com um sujeito percipiente), a alucinação é tida como um erro dos sentidos, um
defeito perceptivo, um fracasso epistêmico. Evans define sua hallucination da seguinte
maneira, gostaríamos aqui de decupá-la conforme acontece no texto:
Alucinar é precisamente estar numa condição na qual parece que se está
confrontando alguma coisa. Então, é claro que parecerá correto ao alucinador
dizer que ele realmente está confrontando alguma coisa; é bem plausível que
a situação seja uma em que ele está mesmo confrontando alguma coisa.
Neste ponto, com tal plausibilidade, vislumbra-se possível um início de análise
do sentido oculto nesse confronto: é bem plausível que uma subjetividade delirante
esteja implicada num gesto e numa frase. Poderia uma quest