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ouvido (voz de alguém digno de confiança) que o príncipe morreu... mas aí não vale,
“isso obviamente não é um mecanismo pelo qual o falante [que disse que alguém
desmaiou] linguisticamente manifesta sua pretendida confiança”6. Tão bem arraigado se
encontra este pressuposto, que uma recomendação surge, na página 310 e posta entre
parênteses, com base num controle daquilo que é dito ou do que é esperado ser ouvido
por interlocutores de um tipo determinado, isto é, já introduzidos numa prática de regras
de conversação, e onde o tom moralista é reticente: “É considerado impolidez usar o
nome de algo já de cara, se não for esperado da audiência ser capaz de identificar o
referente. Em tal situação, a polidez exige que se diga, não 'Eu jantei com NN', mas 'Eu
jantei com alguém chamado NN'”.
Pressuposto III – Um sistema subjetivo de acontecimentos fenomênicos (seemings),
estes codificados como conteúdos de informação.
Gostaríamos de apontar o quanto Evans pode ser considerado devedor da teoria
kantiana das faculdades transcendentais. Para tanto, tomemos os seguintes trechos das
Variedades:
Os únicos acontecimentos que concebivelmente podem ser considerados
como dados para um sujeito consciente e racional são aparências [seemings]
– acontecimentos, isto é, já imbuídos com (aparente) significação objetiva, e
com uma necessária, embora resistível, propensão para influenciar nossas
ações7;
Os estados informacionais que um sujeito adquire pela percepção são nãoconceituais, ou não-conceitualizados. Juízos baseados em tais estados
necessariamente involvem conceitualização: movendo-se de uma experiência
perceptiva para um juízo sobre o mundo (usualmente exprimível em alguma
forma verbal), o que se estará fazendo é exercer habilidades conceituais
básicas8;
O sujeito concebe a si mesmo como estando no centro de um espaço (em seu
ponto de origem), com suas coordenadas dadas pelos conceitos ‘cima’ e
‘baixo’, ‘esquerda’ e ‘direita’, e ‘na frente’ e ‘atrás’. Podemos chamar isso de
‘espaço egocêntrico’, e pensar sobre posições espaciais nessa estrutura
[framework] centralizante no corpo do sujeito pode ser chamado de ‘pensar
egocentricamente sobre o espaço’. Os pensamentos-do-‘aqui’ [‘here’thoughts] de um sujeito pertencem a este sistema: ‘aqui’ denotará uma área
mais ou menos extensiva que se centraliza no sujeito9;
O sujeito deve conceber a si próprio como estando em algum lugar – num
ponto no centro de um espaço egocêntrico capaz de ser alargado de modo a
encompassar todos os objetos10;
A essência do ‘eu’ é a auto-referência [self-reference]. Isso signific