Revista Redescrições | Page 5

5 No artigo "Como governar a comunidade universalizante: o conceito de coimunização de Peter Sloterdijk", Rolf Rauschenbach tem por objetivo sistematizar parte do pensamento de Sloterdijk a fim de facilitar sua recepção no meio acadêmico. Para tanto, concentra-se no conceito sloterdijkiano de co-imunização, expondo-o como uma alternativa ao impasse ontológico da política mundial - entre particularismo e universalismo. O problema principal que se propõe resolver é este: quais deveriam ser os princípios governantes para uma comunidade de características universais? No artigo "O que é solidão?", Paulo Ghiraldelli fornece duas respostas a essa pergunta -- a sua própria e a do antropólogo Thomas Macho -- para mostrar que o individualismo e o "homem solitário" não são o começo, mas um estágio da modernidade. Para tanto, faz uso da visão de Rousseau sobre a solidão do homem e a contrapõe à visão de Sloterdijk de que somos sempre um duplo. A solidão é, assim, redescrita para ser compreendida mais cerca da visão sloterdijkeana que da rousseauneana. Ela, a solidão, afinal, passa a ser encarada sempre como uma retirada não sozinha, mas em dupla: a do eu com o si-mesmo. A solidão aproximaria-se, assim, da definição de Platão e seria nada menos que a conversa da alma consigo própria. A segunda parte deste número conta cinco traduções: de Peter Sloterdijk, Boris Groys, Rolf Rauschenbach, Aleksander Blok e Mary Rorty: Peter Sloterdijk, no artigo Ensaio sobre a vida dos artistas traduzido por Pedro Proscurcin Junior, descreve o surgimento da “outra crença”, que representou uma passagem do protagonismo sobre a sabedoria e interpretações de mundo, do sacerdote para o filósofo e deste para o artista. O palco para esta passagem teria sido o surgimento das cidades, há três mil anos. Sloterdijk descreve as inquietações do artista relacionando sua produção à condição da cidade, e à condição existencial humana. No artigo “O que é a filosofia da mídia alemã? Subjetividade como um meio da mídia”, traduzido por Paulo Francisco Martins Ghiraldelli, Boris Groys trata da teoria pós-moderna da mídia. Passando por Hegel a Derrida, Groys busca compreender a relação da mídia com a subjetividade, e uma interdependência dessa relação que possibilidade a mídia de massa. A potência comunicante do sujeito moderno é usurpada pela mídia de massa, assimilando a criatividade do espírito à forma de uma força Redescrições - Revista online do GT de Pragmatismo, ano V, nº 3, 2014 [p. 4 a 6]