Revista Redescrições | Page 141

142 Dança da Morte1 Aleksandr Blok* Tradução de André Rosa** A noite, a rua, o poste, a farmácia, Absurda e inexpressiva luz. Ainda que viva um quarto de século, Tudo será igual. Não há escapatória. Tu morres — começas novamente do início, e tudo há de se repetir como antes; A noite, a fria ondulação do canal, A farmácia, a rua, o poste. * Aleksandr Blok (1880-1921) é um dos mais importantes ícones da literatura russa, sendo considerado um dos grandes poetas líricos após Aleksandr Pushkin. De família Aristocrata, abandonou tudo para abraçar a Revolução de Outubro, tendo se dedicado nos seus últimos anos à luta política. ** André Rosa é pesquisador do Centro de Estudos em Filosofia Americana (CEFA). 1 Eis o original, em russo: Пляски Сметри Ночь, улица, фонарь, аптека, Бессмысленный и тусклый свет. Живи еще хоть четверть века, Всё будет так. Иехода нет. Умрешь — начнёшь опять сначала И повторится всё, как вестарь; Ночь, ледяная рябь канала, Аптека, улица, фонарь Redescrições – Revista online do GT de Pragmatismo, ano V, nº 3, 2014 [p. 141]