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menos capaz de trazer o observador para a conclusão de que é a transmissão de
significados ou intensões que está disposta aqui. Ao contrário, apenas pareceria a ele
qualquer outra atividade industrial.
Em outras palavras: não existe nenhum acesso sem mediação para a mídia. A
mídia não é imediatamente observável. Para que se torne observável, o trabalho da
mídia tem que ser mediado por uma subjetividade que toma para si o papel de mediador
da mídia. De fato, é a avançada arte da modernidade e um certo tipo de arte
contemporânea que historicamente fez o papel de tal mediador da mídia. A teoria da
mídia contemporânea é dependente, de fato, de sua mediação. Mas existe uma tendência
de se esquecer. Existe uma tendência de se esquecer que nós só podemos ver aquilo que
nos é mostrado. Imagens individuais e textos nos são apresentados por mídia (não por
sujeitos empíricos com suas intensões empíricas). Mas a mídia ela mesma – enquanto
permanecer objeto de nossa contemplação, observação e análise – tem que se mostrar
por uma subjetividade que está testemunhando e apresentando seu funcionamento.
*Borys Groys (1947) é filósofo, crítico de arte e teórico da mídia. Atualmente é Global Distinguished
Professor de estudos russos e eslavos da New York University e Senior Research Fellow na Karlsruhe
University of Arts and Design, na Alemanha.
**Paulo Francisco Martins Ghiraldelli é pesquisador do Centro de Estudos em Filosofia Americana
(CEFA). Discente do Departamento de Filosofia da Universidade Estadual Paulista (Unesp). E-mail:
[email protected].
Redescrições – Revista online do GT de Pragmatismo, ano V, nº 3, 2014 [p. 125 a 130]