Revista Municipal de Gouveia | Page 34

34 PATRIMÓNIO GOUVEIA | REVISTA MUNICIPAL FOLGOSINHO, A HISTÓRIA À ESPERA DE ACONTECER MACHADO EM BRONZE Freguesia do alto concelho de Gouveia, situa-se a 933m de altitude e é das mais antigas do concelho. Popularmente, refere-se esta localidade como local de nascimento de Viriato, herói e caudilho Lusitano que através da guerrilha vendeu cara a derrota contra o invasor romano entre 155 e 139 a.C., só conseguida através da traição de três lusitanos próximos ao “Rei-Pastor” dos Montes Hermínios. Fora esta, eterna (?), dúvida do lugar de nascimento deste herói lusitano, julgamos indubitável a presença humana desde períodos remotos, pelo menos, a julgar pelos vários artefactos que se encontraram, avulso, tanto na freguesia, como nos arredores. Notícia há de moedas, pulseiras de ouro, torques, moldes, machados de bronze, etc, que foram surgindo; porém, muitos dos quais, infelizmente, não chegaram até aos nossos dias. Até há não muito tempo, compreende-se o olhar para estas peças como fonte de rendimento e não como elementos culturais importantes para o conhecimento da história e identidade dos povos; atitude compreensível até há umas décadas, criminoso no presente. Entre estes achados, relatam-se o achamento de sete moedas de ouro vendidas a um ourives de Lisboa,1 uma moeda da Serra dos Bois,2 uma meada de arame em ouro, proveniente do Casal Reigoso,3 um molde bivalve de agulha do Campo Redondo,4 um machado de bronze do Casal dos Tojos,5 um conjunto de braceletes de ouro na calçada dos Galhardos, três argolas de ouro vendidas a um ourives da Guarda e um conjunto de cinco braceletes das fragas do Advento, das quais três foram vendidas e duas levadas pelo Dr. Martins Sarmento6 para o Museu Etnográfico Português. A estes artefactos, juntam-se as duas calçadas romanas próximas à povoação, chamadas dos “Galhardos” e do “Pé da Serra”, e o registo de um menir na base de dados do IGESPAR no monte dos Galhardos7. Como se vê, a dúvida quanto ao estabelecimento de povos na proto-história, só pode ser por falta de trabalhos arqueológicos que o comprovem metodologicamente, pois, pela riqueza artefactual, parece inequívoca a presença de gente da e na região. É necessário ter em conta que estas são as notícias de materiais que chegaram até nós, podendo só conjecturar-se acerca do que já se perdeu ou do que se en- 1 2 3 4 5 6 7 ABRANTES, Leonel, Folgosinho, Edição do Autor, 1993 ABRANTES, Leonel, Folgosinho, Edição do Autor, 1993 ABRANTES, Leonel, Folgosinho, Edição do Autor, 1993 ABRANTES, Leonel, Folgosinho, Edição do Autor, 1993 Referência partilhada pelo Sr. Padre Morais Referência na expedição científica à Serra da Estrela Consulta online no Portal do Arqueólogo com o CNS: 283 - 12/03/2015 CRUCIFORME RUA DO CASTELO