Revista Lanxess Ano 2 Nº 3 pt-BR | Page 9

Plasticultura em crescimento “Vejo como tendência a ruptura dos padrões em busca de maior sustentabilidade com a integração de várias culturas na mesma área” determinam o tempo da colheita, transferem informações para sistemas de controle; o gado das grandes criações tem chips para orientação e armazenamento de informações. São sistemas complexos de análise de dados armazenados (Big Data, ou “megadados” em português) que podem aumentar a previsibilidade sobre as variáveis do negócio. A cadeia produtiva do agronegócio movimenta cerca de 25% do PIB nacional, e apenas a produção faturou R$ 470 bilhões no ano passado. “O uso do big data é fundamental e vai crescer cada vez mais. É um fator importante na eficiência do negócio”, disse o executivo da Abag. Cornacchioni acredita que o próximo grande passo inovador será ligado aos processos no campo. “Vejo como tendência a ruptura dos padrões em busca de maior sustentabilidade com a integração de várias culturas na mesma área”, afirmou. O plástico é um material que historicamente tem se mostrado inovador. Desde os primeiros meados do século 20, ele vem evoluindo em termos de propriedades e características, processos de produção e aplicações. Nos últimos anos tem se tornado um aliado mais presente do setor de produção agrícola no Brasil. A “plasticultura”, nome dado ao uso de plástico na agricultura, tem crescido, gerado novos negócios e atraído empresas estrangeiras ao País. As aplicações, além das velhas conhecidas estufas, são muitas: túneis de cultivo, lonas para silagem e armazenamento, sistemas de irrigação, silosbolsas, mulching (cobertura de solo), ensacamento de frutos nos pés... “A plasticultura tem crescido e irá crescer mais uma vez que o produtor tenha acesso à informação e conheça os benefícios do uso do plástico para os diversos casos”, afirmou à Revista LANXESS o vice-presidente do Comitê Brasileiro de Desenvolvimento e Aplicação de Plásticos na Agricultura (Cobapla), Antonio Bliska Jr. O executivo estima que o Brasil tenha hoje algo em torno de 30 mil hectares de cultivo protegido pelo plástico, somente contando estufas e túneis de cultivo baixo. “Temos bons exemplos em plantações de morango, no sul de Minas, e melão, no nordeste”, declarou. Um dos exemplos de como o plástico pode ter benefícios econômicos e ambientais é com o silo-bolsa para o armazenamento de grãos. O equipamento tem custo menor à construção de um silo permanente, é utilizado por um tempo planejado e pode ser integralmente reciclado. “É uma tecnologia comum em alguns lugares da Europa, EUA e Austrália. Na Argentina, é muito utilizada. Mas no Brasil essa ruptura tecnológica ainda está incipiente. Não chega a 20% do mercado de silos”, contou Bliska. Segundo o executivo, o mercado de transformadores de plástico já reflete a força da plasticultura, com a presença da multinacional de origem israelense Ginegar. “Tem muitos estrangeiros de olho neste mercado”, afirmou. foto: shutterstock.com 9