Plasticultura em crescimento
“Vejo como tendência
a ruptura dos padrões
em busca de maior
sustentabilidade com
a integração de várias
culturas na mesma área”
determinam o tempo da colheita, transferem
informações para sistemas de controle; o gado
das grandes criações tem chips para orientação
e armazenamento de informações. São sistemas
complexos de análise de dados armazenados (Big
Data, ou “megadados” em português) que podem
aumentar a previsibilidade sobre as variáveis
do negócio. A cadeia produtiva do agronegócio
movimenta cerca de 25% do PIB nacional, e apenas
a produção faturou R$ 470 bilhões no ano passado.
“O uso do big data é fundamental e vai crescer cada
vez mais. É um fator importante na eficiência do
negócio”, disse o executivo da Abag. Cornacchioni
acredita que o próximo grande passo inovador
será ligado aos processos no campo. “Vejo como
tendência a ruptura dos padrões em busca de
maior sustentabilidade com a integração de várias
culturas na mesma área”, afirmou.
O plástico é um material que historicamente tem
se mostrado inovador. Desde os primeiros meados
do século 20, ele vem evoluindo em termos de
propriedades e características, processos de
produção e aplicações. Nos últimos anos tem
se tornado um aliado mais presente do setor de
produção agrícola no Brasil. A “plasticultura”,
nome dado ao uso de plástico na agricultura,
tem crescido, gerado novos negócios e atraído
empresas estrangeiras ao País.
As aplicações, além das velhas conhecidas estufas,
são muitas: túneis de cultivo, lonas para silagem
e armazenamento, sistemas de irrigação, silosbolsas, mulching (cobertura de solo), ensacamento
de frutos nos pés... “A plasticultura tem crescido
e irá crescer mais uma vez que o produtor tenha
acesso à informação e conheça os benefícios do
uso do plástico para os diversos casos”, afirmou
à Revista LANXESS o vice-presidente do Comitê
Brasileiro de Desenvolvimento e Aplicação de
Plásticos na Agricultura (Cobapla), Antonio Bliska Jr.
O executivo estima que o Brasil tenha hoje algo
em torno de 30 mil hectares de cultivo protegido
pelo plástico, somente contando estufas e túneis
de cultivo baixo. “Temos bons exemplos em
plantações de morango, no sul de Minas, e melão,
no nordeste”, declarou.
Um dos exemplos de como o plástico pode ter
benefícios econômicos e ambientais é com o
silo-bolsa para o armazenamento de grãos. O
equipamento tem custo menor à construção de
um silo permanente, é utilizado por um tempo
planejado e pode ser integralmente reciclado.
“É uma tecnologia comum em alguns lugares da
Europa, EUA e Austrália. Na Argentina, é muito
utilizada. Mas no Brasil essa ruptura tecnológica
ainda está incipiente. Não chega a 20% do mercado
de silos”, contou Bliska.
Segundo o executivo, o mercado de transformadores
de plástico já reflete a força da plasticultura, com
a presença da multinacional de origem israelense
Ginegar. “Tem muitos estrangeiros de olho neste
mercado”, afirmou.
foto: shutterstock.com
9