OpenMind Feb 2015 | Page 102

CAPA o que eles acham disso? Então, já ouvi esse nome, mas não sei a que se refere. O que eu tenho a dizer sobre isso, com as informações que você me deu, é que eu acho um estilo interessante, mas não vejo coerência alguma em colocar o termo sexual no final de uma palavra como se fosse uma “categoria LGBT”. Existe uma relação de oposição com o metrossexual e aí, a coisa do “sexual” no final desaparece porque, no caso do metrossexual, a sexualidade é importante, uma vez que existe uma certa relação com a homossexualidade, mesmo que seja uma relação de diferenciação. Não sei, me parece que o termo metrossexual foi cunhado pra afirmar que o cara pode se cuidar bem sem ser gay. O grande tema deixa de ser orientação sexual pra ser VAIDADE. Nesse sentido, talvez, a composição da palavra “lumbersexual” perde um pouco o sentido, a menos que se queira fazer referência direta ao termo de antagonismo, “metrossexual”. Acho que não tenho disposição física pra virar um lenhador (risos). Muito menos pra parar de usar meus hidratantes não testados em animais e protetores, e hidratantes, e sabonetes faciais. A discussão pode ir pra outros rumos também. Podemos falar, por exemplo, da cunhagem (excessiva?!) de termos, pra orientações sexuais e gênero. Eu, particularmente, respeito e busco entender esses fenômenos, como não poderia deixar de ser, mas não me sinto confortável com o esforço que é feito pra encaixar as pessoas -e as coisas- em classes e essa mania de rotular tudo, mas enfim, o núcleo da conversa me parece ser a vaidade e não a sexualidade. E me considero vaidoso em um nível saudável. Quanto ao lumber ainda acho que o cuidado consigo mesmo seja uma coisa importante tipo, protetor solar, sabe? Em tese, um cara desse vai cortar lenha no sol de meio-dia e não cuida da pele, isso não é saudável. Entre o metrossexual e o lumbersexual, pode ser importante haver um equilíbrio. Eu passo hidratantes baratinhos, porque não são testados em animais, mas também não ligo pra marca de roupa e sapato (aliás, nem visto/calço couro, entende). São condutas pessoais, respeitáveis, mas o equilíbrio é fundamental. Até na escolha entre ser metropolitano e viver na cidade, New York style, versus ser um bicho do mato, lenhador e bucólico, existe um equilíbrio. 102 José Victor, 20 anos. Cursa Direito na UFF, RJ.