Neurologia Manual para pessoas com Parkinson | Page 9

tantes para os investigadores explicarem como se desenvolve a doença, mas também para, em alguns casos, ajudar ao diagnóstico da doença, dar uma perspetiva se a doença poderá evoluir como a doença de Parkinson mais comum ou de outra forma, e indicar se os familiares do doente poderão estar em risco de desenvolver a doença. A alteração genética associada à doença de Parkinson mais frequente no nosso país (mutação G2019S do gene LRRK2) causa uma doença igual à doença de Parkinson comum e está presente em aproximadamente 5% dos doentes, quando não existe mais nenhum familiar com a doença, e em cerca de 14% dos doentes que refiram ter pelo menos um familiar afetado. Estas alterações dos genes explicam por isso um número reduzido de casos. Os testes genéticos são pedidos principalmente a doentes que iniciaram a doença em idades mais jovens, antes dos 45-50 anos, a doentes com outros familiares próximos com a mesma doença ou a doentes cuja doença esteja a evoluir de forma pouco habitual. O pedido de testes genéticos deve sempre ser feito no contexto de uma consulta de neurologia especializada em doença de Parkinson, pois o doente deve ser informado sobre os objetivos do teste e decidir se o quer realizar. Um resultado positivo neste teste pode ter também implicações para a família do doente. Não existe uma clara recomendação para os familiares em risco (sem queixas) realizarem qualquer teste genético, nomeadamente porque não dispomos neste momento de terapêuticas que atrasem o aparecimento ou o curso da doença. Por este motivo, a realização de testes genéticos em familiares sem sintomas é uma decisão pessoal, a ser tomada 9