Neurologia Manual para pessoas com Parkinson | Page 28

cerca de 2% dos casos. Pode surgir infeção do material implantado que leva a retirar o material e a tratamento com antibióticos, e que ocorre em 2 a 4% das cirurgias. São mais frequentes, mas também menos graves e mais fáceis de resolver, problemas com o material implantado, como fratura de um cabo ou mau funcionamento de gerador de corrente elétrica. São atualmente considerados candidatos para tratamento cirúrgico: doentes com menos de 70 anos (acima desta idade os riscos são maiores e os benefícios menores), com pelo menos 5 anos de doença, com boa resposta à levodopa, com complicações motoras que provoquem incapacidade apesar de testada a terapêutica com fármacos orais, que não tenham deterioração cognitiva nem sintomas psiquiátricos descompensados, que percebam bem os benefícios e riscos e estejam motivados para o tratamento. Devem também ter uma ressonância cerebral normal e não ter outras contraindicações para a cirurgia. Duodopa O tratamento com duodopa consiste na infusão contínua de um gel, que contém LDOPA, no intestino, através de um dispositivo externo e de uma sonda que atravessa a parede abdominal e o estômago e tem a extremidade no intestino delgado. Este sistema permite ultrapassar o estômago, onde os medicamentos ficam frequentemente retidos, proporcionando um nível mais constante de levodopa no sangue e consequentemente de dopamina no cérebro. A infusão intestinal de duodopa reduz as flutuações motoras, com aumento do tempo em on e diminuição do tempo em off. Ocorre a melhoria de vários sintomas não motores, como alterações do sono, alterações urinárias, perturbações gastrointestinais e ocorre diminuição da dor. Permite também a melhoria da qualidade de vida. A duodopa tem efeitos secundários semelhantes aos da LDOPA, como discinesias e alterações neuropsiquiátricas como as alucinações, mas permite reduzir ou suspender o tratamento com agonistas da dopamina ou outros fármacos que têm mais efeitos secundários neur