Neurologia Manual para pessoas com Parkinson | Page 22
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Tratamento
5.1. Tratamento farmacológico de sintomas motores
Dr. Mário Miguel Rosa
Como atuam os medicamentos antiparkinsónicos?
Os medicamentos comercializados no nosso país com indicação no tratamento da doença de Parkinson agrupam-se em:
1. Dopaminomiméticos (que mimetizam a dopamina) como a levodopa
e os agonistas dopaminérgicos (apomorfina, bromocriptina, pramipexole, rotigotina, ropinirole);
2. Inibidores enzimáticos (que atrasam a degradação da dopamina),
como os inibidores da MAO (rasagilina, selegilina) ou da COMT (entacapone), que são enzimas que degradam a dopamina;
3. Antagonistas da via do glutamato (que antagonizam os recetores
NMDA do glutamato), como a amantadina;
4. Antagonistas da via da acetilcolina ou anticolinérgicos (que antagonizam o excesso relativo de acetilcolina nos doentes com DP), como o
biperideno e o trihexifenidilo.
Os mais eficazes são os que se encontram no primeiro grupo, especialmente a levodopa (LDOPA). Já em termos de segurança / tolerabilidade há
maior variabilidade de doente para doente e no mesmo doente ao longo da
duração da doença ou na presença de doenças concomitantes, o que torna a escolha do melhor tratamento numa tarefa muito personalizada. Na
tomada de decisão do tratamento deve ser ainda incorporada a atividade
motora quotidiana do doente e o risco de ocorrência de reações adversas.
Por exemplo, num doente jovem, o início do tratamento pode passar por
outros medicamentos de modo a atrasar o início ou a subida de LDOPA,
numa estratégia de poupança de duração de tratamento com LDOPA e
atraso de complicações tardias da LDOPA.
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