Neurologia Manual para pessoas com Parkinson | Page 20
-clínica existe, pois a gravidade da DP está diretamente relacionada com a
perda de células dopaminérgicas, estimando-se que só a partir de 60-80%
de perda é que surgem os sintomas parkinsónicos motores, fase em que
o doente procura ajuda médica do Neurologista. Uma das áreas de maior
investigação clínica é na deteção cada vez mais precoce da DP, no seu
período pré-clínico em que a perda de células dopaminérgicas ainda não
é tão marcada, o que pode abrir a porta a terapêuticas neuroprotetoras.
Após o diagnóstico clínico, durante os primeiros 3 a 5 anos, a maioria dos
doentes tem uma fase de "lua-de-mel", em que a medicação antiparkinsónica consegue controlar os sintomas. Com o decurso da doença, há uma
perda da eficácia, quer pela necessidade de doses maiores de medicação,
menor tempo de efeito de medicação, pior controlo dos sintomas parkinsónicos e também aumento da incidência de efeitos laterais da própria medicação. Um destes efeitos laterais são as flutuações, que se desenvolvem
ao fim de 5-10 anos de medicação. As flutuações, que podem ser do tipo
motor ou não motor, indicam uma transição da DP para um estádio em
que o doente deixa de responder de forma previsível à medi