Neurologia Manual para pessoas com Parkinson | Page 13

Etiologia e Fisiopatologia Ainda não compreendemos totalmente os motivos pelos quais os neurónios dopaminérgicos ficam disfuncionais, acabando por morrer. Vários fatores ambientais e genéticos têm sido associados a um aumento do risco para a doença, mas a associação nem sempre é clara, o que faz com que não seja ainda possível prever o aparecimento da doença. O único fator de risco definitivo para o aparecimento de DP é o envelhecimento. No entanto, apesar do declínio nos níveis de dopamina estriatal com o envelhecimento fisiológico, este processo é distinto das alterações neuropatológicas que se verificam na DP. Fatores ambientais A descoberta do efeito biológico do 1-metil-4-fenil 1,2,3,6 tetrahidropiridina (MPTP), uma molécula sintetizada nos anos 80 numa reação química indesejada, comprovou a existência de tóxicos ambientais capazes de provocar a doença. O MPTP induz todos os sintomas motores da doença por causar degenerescência seletiva do sistema nigro-estriatal, ou seja, a morte dos neurónios dopaminérgicos. Outros compostos químicos semelhantes ao MPTP, ou que afetem o normal funcionamento deste sistema, podem induzir Parkinsonismo. Entre estes incluem-se alguns herbicidas e pesticidas mas é provável que existam outros químicos indutores de DP que não são ainda conhecidos. Por outro lado, a dopamina é uma molécula extremamente reativa se existir livre no interior dos neurónios, podendo contribuir para a produção aumentada de espécies reativas de oxigénio. No geral, podemos dizer que fatores que induzam um aumento das espécies reativas de oxigénio podem contribuir para o aparecimento da doença, uma vez que estas podem danificar os vários tipos de biomoléculas fundamentais nas nossas células, como DNA, proteínas ou lípidos, levando à sua morte. Por tudo isto, os neurónios dopaminérgicos são particularmente vulneráveis ao stresse oxidativo. 13