Military Review Edição Brasileira Quarto Trimestre 2016 | Page 95
COLÔMBIA
(Navesh Chitraka, Reuters)
Apoiadores da Aliança Federal, uma coalizão de partidos baseados na região de Madhes e outros partidos políticos e organizações étnicas, manifestam contra a constituição, perto do complexo comercial que sedia o gabinete do primeiro-ministro e de outros ministérios,
em Katmandu, Nepal, 15 Mai 16.
suscita a questão sobre o que teria sido necessário para
uma derrota militar e política das FARC.
Mais uma vez, o Sri Lanka fornece precedentes,
dada a sua total derrota militar e política para ambos os
LTTE e o Janatha Vimukthi Peramuna ( JVP), um grupo insurgente maoísta. Primeiro, em seu planejamento
e execução, uma vitória militar precisa evitar oferecer
à força adversa derrotada exatamente o tipo de apoio
(particularmente apoio internacional) que fatalmente
não existia antes e que pode ajudá-lo a compensar suas
perdas militares. No caso do confronto final com os
LTTE, entre 2006 e 2009, a letalidade e a maneira de
execução pelas Forças Armadas do Sri Lanka lançaram
as sementes para uma contestação da legitimidade
do governo a longo prazo e levantaram, por todo o
Ocidente, bandeiras relacionadas com a necessidade
de concessões e de compromissos. Mesmo enquanto
os LTTE estavam perdendo na área militar, contavam com uma vantagem em termos de legitimidade
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internacional, que pode muito bem alimentar mais um
novo ciclo de violência no futuro. Embora as pressões
internacionais tenham diminuído depois da inesperada
mudança de governo em 2015, todavia permanece a
questão sobre a possibilidade dos relatos de genocídio
no Sri Lanka ainda prover nova esperança de vida aos
LTTE ou a uma organização sucessora.
Segundo, uma vitória militar total não deveria — e
de fato não deve — impossibilitar os tipos de reformas
necessárias para abordar as fontes de alienação e os indutores da violência. No entanto, o ponto-chave é que
tais reformas sejam implementadas de uma maneira
que beneficie não os grupos armados, mas o povo que
alegam representar. A questão para o Sri Lanka, porém,
é se o governo tem feito o suficiente, na sequência de
eventos após a derrota dos LTTE, para cooptar a população tâmil e evitar o ressurgimento da mobilização
armada como um meio para reivindicar queixas em
uma estrutura fechada de oportunidades políticas.
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