Military Review Edição Brasileira Quarto Trimestre 2016 | Page 77
ENTENDIMENTO SITUACIONAL CIBERNÉTICO
do Exército dos EUA com respeito a requisitos de
curto prazo, o foco principal tem sido em reduzir as
vulnerabilidades das redes e não no entendimento
situacional cibernético26. Essa estratégia de cima para
baixo é um passo positivo, que ainda não se converteu, porém, em um esforço coordenado de desenvolvimento de capacidades cibernéticas nos níveis mais
baixos da burocracia.
Uma Abordagem Simples para os
Desenvolvedores de Capacidades
de Entendimento Situacional
Cibernético do Exército dos EUA
Dá para observar um bocado só de assistir27.
—Yogi Berra
O Exército dos EUA não precisa de um sistema de
entendimento situacional cibernético perfeito para
daqui a dez anos, e sim de um sistema bom o suficiente
já. Para tanto, recomenda-se que os desenvolvedores de
capacidades adotem uma abordagem simples, respondendo a três perguntas básicas:
De que informações os comandantes precisam?
Como obtê-las e reuni-las?
Como devem ser apresentadas?
Em um sentido mais amplo, para adquirir o entendimento situacional cibernético (ou qualquer outra
futura capacidade), o Exército dos EUA deve pensar
em formas de inovar e reformular, gradualmente, um
processo de aquisições restritivo. Primeiro, os desenvolvedores de capacidades do Exército dos EUA devem
determinar quais informações sobre o ciberespaço são
as mais importantes para os comandantes.
Durante operações de combate, os comandantes, apoiados por seus estados-maiores, monitoram
e avaliam o avanço, tomam decisões para explorar
oportunidades e combater ameaças e direcionam o
emprego do poder de combate em momentos decisivos28. O ciberespaço é uma parte significativa desse
cálculo, especialmente em relação a seus efeitos sobre
o Comando de Missão e formas extremamente interconectadas do poder de combate. As informações
que provavelmente consistirão no conteúdo básico
do calco de entendimento situacional cibernético
para o cenário operativo comum incluem o status
de redes amigas, da nação anfitriã e inimigas; ameaças cibernéticas e capacidades inimigas; principais
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infraestruturas cibernéticas na área de operações;
autoridades e regras de engajamento cibernéticas; e
tendências das mídias sociais, entre outras.
Segundo, os desenvolvedores de capacidades precisam considerar de onde vêm as informações para o
entendimento situacional cibernético e como obtê-las.
Atualmente, apenas forças conjuntas de missão cibernética estão autorizadas a conduzir a Inteligência,
Vigilância e Reconhecimento cibernéticos e a preparação operacional cibernética do ambiente. Assim, uma
grande quantidade de informações sobre o ciberespaço
se originará e residirá em bancos de dados dos âmbitos
nacional e estratégico. Não obstante, dados e informações relevantes oriundos dos esforços orgânicos de
busca de informações nos escalões táticos do Exército
podem fornecer um contexto importante.
Um exemplo prático é conectar uma persona cibernética, obtida de um meio cibernético nacional ou conjunto, com a identidade de uma pessoa (ou organização) real que, sabidamente, esteja presente no ambiente
operacional de uma unidade, conforme deduzido por
meio da busca de informações locais. A combinação
dessas fontes fornece maior entendimento situacional
ao comandante tático e ajudará o comando superior a
enxergar o ciberespaço mais claramente.
Terceiro, os desenvolvedores de capacidades precisam determinar a melhor forma de apresentar as
informações. O entendimento situacional cibernético
precisa fornecer uma quantidade adequada, mas não
excessiva, de detalhes. O Exército não pode defender
todo o ciberespaço, tampouco exibi-lo por completo em
um cenário operativo comum; caso contrário, o raciocínio de um comandante pode acabar sendo obstruído
por um emaranhado de informações desnecessárias. Os
comandantes só precisam saber o que afeta sua missão,
o que, à parte de explorar alguns efeitos cibernéticos
conjuntos, consiste, primordialmente, em empregar
formas tradicionais do poder de combate. Assim, o
entendimento situacional cibernético também precisa
possibilitar que as informações sejam apresentadas
de forma contextualizada a fim de facilitar o entendimento situacional mais amplo. Isso pode ser obtido
por meio de imagens, gráficos de semáforo e mostrador,
setas, diagramas de linhas e de blocos e comparações
lado a lado (conforme ilustra a figura).
Quarto, os desenvolvedores de capacidades devem evitar redigir especificações de requisitos para o sistema que
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