Military Review Edição Brasileira Quarto Trimestre 2016 | Page 59

em suas missões mais amplas e consideradas preferíveis institucionalmente , como Superioridade Aérea / Interdição / Ataque Global . Uma aeronave de ataque de asa fixa própria ampliaria as capacidades do Exército contra ameaças menos avançadas , permitindo que a Força Aérea se concentrasse em ambientes com elevado nível de ameaças . Esse é o cenário de alto risco e baixa probabilidade que determina o design de aeronaves da Força Aérea dos EUA . Em consequência , somente o A-10 Thunderbolt II ( sendo retirado de serviço ) e o AC-130 ( limitado ) são projetados expressamente para o apoio aéreo aproximado . As demais aeronaves da Força Aérea dos EUA não são projetadas para o apoio aéreo aproximado , nem econômicas nessa função .
Uma aeronave de asa fixa para o apoio aéreo aproximado do Exército não teria essas limitações . Ironicamente , embora constitua uma ameaça , o cenário de alta tecnologia da Força Aérea dos EUA não representa a maioria esmagadora dos conflitos dos EUA . Em outras palavras , uma aeronave do Exército seria uma solução “ 80 %” para 95 % dos casos . As MRA da Força Aérea são uma solução “ 100 %” para 5 % das vezes .
O Terceiro Exército e o XIX Comando Aerotático
Embora indesejável , a redução da capacidade de apoio aéreo aproximado da Força Aérea dos EUA — em virtude da já mencionada redução geral da quantidade e do alto custo de novas aeronaves que não foram desenvolvidas especificamente para esse fim — não é algo sem precedentes . Após reconhecer a efetividade das forças aerotáticas durante a Segunda Guerra
( Imagem cedida pela Força Aérea dos EUA )
Gen George S . Patton e Gen Otto P . Weyland , 1944 , em Nancy , França , onde os comandos do Terceiro Exército e do XIX Comando Aerotático estavam estacionados .
AERONAVE DO EXÉRCITO
Mundial , a Força Aérea dos EUA começou a desconsiderar o apoio às forças terrestres em prol de missões de ataques ( nucleares ) estratégicos . Uma consequência foi o fato de que os comandantes das forças terrestres do Exército e do Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA ficaram insatisfeitos com o apoio aéreo aproximado fornecido pela Força Aérea . Na Coreia , o comandante do X Corpo de Exército norte-americano , Gen Div Ned Almond , criticou ferozmente o apoio aéreo aproximado da Força Aérea , em comparação ao que ele considerava um excelente apoio aéreo aproximado por parte do Corpo de Fuzileiros Navais11 . Os problemas de coordenação e desempenho foram corrigidos mais tarde , quando a Força Aérea dos EUA colocou os controladores em posições avançadas e empregou aeronaves não a jato para o apoio aéreo aproximado12 . Contudo , a situação se repetiu no início da Guerra do Vietnã , que depois assistiu ao surgimento de plataformas como a canhoneira aérea ( gunship ) AC-47 e o OV-10 Bronco e , mais significativamente , à memorável chegada do helicóptero . Na Coreia , no Vietnã e , em menor medida , no Iraque e no Afeganistão , a Força Aérea foi obrigada a adotar procedimentos e aeronaves que não lhe agradavam muito , como A-10 , AC-130 e OV-10 . Ao chegar 1991 , o surgimento da Aviação do Exército mitigou boa parte do conflito entre ele e a Força Aérea , embora se limitasse a helicópteros . Isso gerou uma significativa lacuna de capacidade .
A história oferece um exemplo de efetiva cooperação entre o Exército e a Força Aérea no norte da Europa , durante a Segunda Guerra Mundial . Com base no entendimento mútuo e grande proximidade ,
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