Military Review Edição Brasileira Quarto Trimestre 2016 | Page 44
Como Liderar e
Gerenciar Organizações
do Exército de Alto
Desempenho
Gen Div Thomas Spoehr, Exército dos EUA
T
odo mundo quer ser parte de uma organização
de alto desempenho. A diferença é evidente
no momento de ingressar em uma dessas. As
pessoas são motivadas e têm propósitos, o orgulho e
o moral estão elevados e coisas de importância estão
sendo realizadas efetivamente. As equipes e organizações
concentram nas suas metas e, tipicamente, obtêm um
desempenho superior a grupos semelhantes. Qual é o
denominador comum das organizações de alto desempenho? A presença de liderança e gerenciamento notáveis.
O Exército se orgulha da sua capacidade de prover
liderança inspiradora. Dezenas de livros são escritos
e milhares vendidos anualmente sobre os méritos da
liderança militar. Contudo, para criar e manter uma
organização de alto desempenho, tanto a liderança
quanto o gerenciamento precisam estar presentes. Arte
e ciência? Yin e yang? Qualquer que seja a analogia, a
liderança sem gerenciamento é enfraquecida pela falta
de um foco permanente, enquanto o gerenciamento
sem liderança parece mecânico e é incapaz de produzir
resultados impressionantes. A boa liderança pode ser
caracterizada pela capacidade de reconhecer que um
militar merece uma recompensa ou uma condecoração
ao ser desligado [da unidade], enquanto o gerenciamento eficaz assegura que ele receba isso antes da partida.
Se o comandante administra mal a organização, ele
coloca as pessoas e a organização em uma condição de
possibilidade de fracasso. A liderança e o gerenciamento são dois lados da mesma moeda. A separação das
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funções, por exemplo, em um arranjo em que o comandante aplica a liderança enquanto seu subordinado provê o gerenciamento é imperfeito. Para conseguir níveis
de alto desempenho, todos os comandantes superiores
da organização precisam empregar as duas qualidades,
de modo simultâneo e ininterrupto.
O Gerenciamento do Exército
Como mencionado anteriormente, volumes foram
escritos sobre a liderança do Exército, mas a liderança por
si só é insuficiente; também é necessário o gerenciamento
eficaz para produzir resultados extraordinários. Então,
onde está a referência de como gerenciar no Exército,
especialmente quando se trata de grandes organizações
complexas? Curiosamente, a palavra “gerenciamento”
é ausente na Publicação Doutrinária do Exército 6-22,
Liderança do Exército (ADP 6-22, Army Leadership).
De fato, em geral está ausente em todas as publicações
doutrinárias e referenciais do Exército. Ao que tudo
indica, ela foi minimizada como uma reação visceral
contra a percepção de que certos comandantes tentaram
“gerenciar excessivamente” as formações do Exército na
Guerra do Vietnã1. No entanto, comandantes recebem
instrução sobre as funções básicas de gerenciamento
necessárias para atuar nos níveis companhia e batalhão,
como o desenvolvimento de um plano de treinamento
ou a administração de um programa de manutenção da
unidade. Contudo, depois desse ponto de suas carreiras,
comandantes recebem pouca instrução sobre técnicas
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