Military Review Edição Brasileira Quarto Trimestre 2016 | Page 111
OP ESP DA OTAN
interagências e interministerial. Foi imprescindível
gestão de crises e segurança cooperativa)”, mas não
estabelecer planos de segurança coletiva para uma
define nenhum foco em C Trr27. É evidente que qualresposta de C Trr antes de uma invocação do Artigo 5 quer uma das três missões principais das F Op Esp da
em virtude do caráter multinacional das atuais amea- OTAN poderia apoiar ou incluir uma missão de C
ças terroristas e da complexidade cada vez maior
Trr, mas isso não é suficiente para a atual (e crescendo ambiente de segurança europeu. De modo geral,
te ) ameaça. No atual ambiente de ameaças, o C Trr
isso teve início com a decisão da cúpula em Riga, em
precisa ser uma prioridade das F Op Esp da OTAN. É
2006, de lançar uma diretriz de transformação das
improvável que o comando da organização tivesse em
F Op Esp da OTAN destinada a aumentar a interomente uma incursão de ação direta contra uma célula
perabilidade e o diálogo entre suas unidades22.
do EI no subúrbio de uma capital europeia quando a
Conforme observado anteriormente, a doutrina
AJP-3.5 foi redigida, mas vem ficando cada vez mais
das F Op Esp da OTAN não considera o C Trr como
plausível que as F Op Esp da OTAN venham a apoiar
uma de suas três missões principais. A primeira publi- uma missão como essa.
cação doutrinária de F Op Esp da OTAN, Publicação
A doutrina das F Op Esp da OTAN afirma, com
Conjunta Aliada 3.5, Doutrina Conjunta Aliada para
efeito, que elas “devem ser empregadas quando houOperações Especiais (AJP-3.5, Allied Joint Doctrine
ver um risco elevado, uma necessidade de capacidafor Special Operations), identifica as três principais
des especiais ou requisitos de condução de operações
missões das F Op Esp da OTAN como assistência
secretas ou clandestinas”28. Vale considerar o caso das
militar, reconhecimento especial e ação direta23.
explosões nos trens de Madri, em 2004, que resulSurpreendentemente, a AJP-3.5 inclui um único pará- taram em 191 mortos e 1.800 feridos29. A investigagrafo dedicado ao C Trr24. Aparentemente, a doutrina ção levou as autoridades espanholas a um prédio de
de C Trr das F Op Esp da OTAN se resume a quatro
apartamentos em Leganés, Madri. Em 03 Abr 04, o
frases extraídas diretamente do documento NATO’s
Grupo Especial de Operaciones espanhol tentou conduPolicy Guidelines on Counter-Terrorism (“Diretrizes
zir uma incursão no prédio do suspeito de terrorismo.
Gerais da OTAN sobre
Contraterrorismo”, em
tradução livre)25. Em
comparação, a lista de
ressalvas, ou “Record of
Specific Reservations”, da
AJP-3.5, que, em essência, registra divergências
quanto ao emprego de
termos da doutrina conjunta pelas nações parceiras, ocupa uma página
e meia26. A AJP-3.5 reconhece, com efeito, que
as operações especiais
podem ocorrer como
“parte das operações de
defesa coletiva segundo o
Artigo 5 ou de resposta a
crise não relacionada ao
(Foto de Jacky Naegelen, Reuters)
Artigo 5, para cumprir as
Militares franceses controlam área onde haviam sido trocados tiros cinco dias antes, em Saint-Detrês tarefas essenciais da
nis, França, perto de Paris, 18 Nov 15, durante operação para capturar fugitivos responsáveis pelos
OTAN (defesa coletiva,
ataques letais.
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