Military Review Edição Brasileira Março-Abril 2014 | Page 25
gerenciamento de risco
O Risco e o Atual Ambiente Operacional
É preciso compreender que praticamente toda
decisão de comando é repleta de riscos, já que
sua presença faz parte da própria definição do
que constitui uma “decisão”. Segundo o Oxford
English Dictionary, uma decisão significa “fazer
uma opção em relação a algum ponto ou linha
de ação; uma resolução, determinação” (em tradução livre)5. A definição implica que é preciso
abrir mão de algo ao escolher entre diferentes
caminhos: em outras palavras, um comandante
precisa optar por uma ação em vez de outra por
meio de uma comparação entre seus respectivos
custos e benefícios. Se uma linha de ação for
totalmente livre de riscos, não será preciso, então,
tomar uma decisão, porque o caminho certo será
óbvio. Contudo, os comandantes hoje raramente
se veem em circunstâncias assim tão simples. É
mais comum que haja algum “preço” a pagar e, em
vez de uma escolha simples entre bom e ruim ou
preto e branco, os comandantes hoje costumam
operar em situações mais ambíguas6.
Nesses casos, cada possível linha de ação envolve
diferentes graus de risco em diferentes áreas, seja
em termos da missão como um todo, da vida
dos subordinados ou outros aspectos. Cabe aos
comandantes considerar esses fatores concorrentes, geralmente com informações incompletas,
restrições de tempo e circunstâncias não ideais.
Um exemplo hipotético ajudará, na prática,
a demonstrar esse aspecto abrangente do risco
no atual ambiente. Suponha que uma Unidade
de manobra enviada para uma zona de combate
tenha recebido informações confiáveis sobre a
localização de um objetivo de alta prioridade
para hoje à noite. O objetivo em particular é
um financiador da insurgência em um nível
subordinado, cujas transações facilitam ataques
contra as Forças da coalizão. Antes de obter
essas informações, a Unidade havia planejado
concentrar-se em operações de reconhecimento
de itinerário durante esse mesmo período, porque
havia sofrido diversos ataques com dispositivos
explosivos improvisados, e uma ação agressiva de
reconhecimento ajudaria a não ter de ceder um
importante terreno ao inimigo. O comandante e
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estado-maior da Unidade analisaram minuciosamente a situação, constatando não possuírem
suficiente poder de combate para conduzir ambas
as operações. Hoje à noite, terão de escolher: ou
conduzirão a incursão no local do objetivo de alta
prioridade ou se concentrarão no patrulhamento
contra dispositivos explosivos improvisados. Caso
optem pela primeira alternativa, é possível que
capturem o objetivo, mas permitam, ao mesm