Military Review Edição Brasileira Março-Abril 2014 | Page 23
gerenciamento de risco
Primeiro, a Publicação Doutrinária do Exército 3-0
(ADP 3-0), publicada em outubro de 2011, fornece
uma base conceitual para a recente transição para
“Operações Terrestres Unificadas” no Exército dos
EUA. Em suas poucas páginas — 14 apenas — a
publicação também aborda diretamente o risco
no trecho a seguir:
O teatro de operações muitas vezes contém mais espaço e pessoas do que as Forças
norte-americanas estão aptas a controlar diretamente. Os comandantes são rotineiramente
obrigados a tomar decisões de mitigação de
riscos sobre onde e como empregar suas
Forças para obter uma posição de relativa
vantagem sobre o inimigo, sem antagonizar
ou colocar em risco os não combatentes1.
O trecho implica que toda decisão envolve, invariavelmente, um custo de oportunidade. Quando
um comandante decide empregar o poder de combate ou a influência de um modo particular, isso
geralmente significa que ele não poderá utilizar
esses mesmos recursos simultaneamente em um
outro local potencialmente apropriado. Portanto,
para entender como as diversas dinâmicas estão
interligadas e decidir, um comandante precisa permanecer ciente das variáveis operacionais (política,
militar, econômica, social, de infraestrutura, de
informações, de ambiente físico e de tempo; ou
PMESII-PT, na sigla em inglês) e das variáveis
da missão (missão, inimigo, terreno e condições
meteorológicas, meios e apoio disponíveis, tempo
disponível e considerações civis; ou METT-TC,
na sigla em inglês).
O Manual de Campanha 5-0 — O Processo de
Operações (FM 5-0 — The Operations Process), de
março de 2010, também trata do risco. Discute
como conceber uma abordagem operacional
e descreve em detalhe a ligação entre risco e
recursos. O FM 5-0 ressalta que “raramente
uma organização controla diretamente todos os
recursos necessários”, e um comandante precisa
determinar “o nível aceitável de risco para conquistar, manter ou explorar a iniciativa”2. Recursos
inerentemente finitos guiarão decisões cruciais,
que determinarão que lado irá conquistar ou manter a iniciativa. Onde alocar meios limitados de
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busca de Inteligência, vigilância e reconhecimento,
onde e quando concentrar patrulhas de combate e
onde estabelecer um posto avançado de combate
são exemplos de tais decisões. Assim, o FM 5-0
detalha a conexão entre a alocação de recursos e
a assunção de riscos.
A mitigação de riscos é considerada a partir de
um ângulo ligeiramente diferente no Manual de
Campanha 3-07 — Operações de Estabilização (FM
3-07 — Stability Operations), publicado em outubro
de 2008. O manual descreve um “relacionamento
interdependente entre iniciativa, oportunidade e
risco”, insistindo que o ́