Inominável Nº 3 | Page 11

Nº 3 - Abril, 2016

R: Porque insisti tanto com os meus pais que queria aprender piano que, embora contrariados (os professores diziam que era demasiado nova), lá tiveram que aceitar. A memória mais antiga que tenho é de ficar fascinada com o som, especialmente aquele produzido pelo piano. A minha mãe conta que antes de falar cantava, a imitar os pássaros. Parece uma história vinda do filme do “Jungle Book”.

M: Depois de vários anos integrada em diferentes bandas, e em frequente colaboração com diversos artistas e projetos, decidiu investir numa carreira a solo. O que a levou a tomar essa decisão?

R: Um projeto a solo foi sempre algo que quis fazer mas foi um processo demorado até lá chegar. Sinceramente, acho que foi uma questão de confiança, não me sentia preparada para mostrar os meus originais ao mundo, porque expor-me dessa forma tão pessoal é bastante intimidante e mete-me numa posição muito vulnerável. Afinal de contas, as minhas músicas são parte de mim. Este ano foi dos mais desafiantes da minha vida (se não O mais desafiante), cresci muito e mudei muito a minha forma de pensar de “super perfeccionista” a “just do it”, daí ter decidido “largar” de certo modo o seguro e os clientes todos que tinha cá e mudar-me para Londres, onde o meu single está a passar em muito mais rádios do que em Portugal (assim como na Austrália, Gibraltar e US).

M: Para além dos cursos de música, a Ru licenciou-se também em Design. Onde é que o Design entra na sua vida? Música e Design podem, de alguma forma, conjugar-se?

R: Eu nunca fui uma coisa só, e apesar de poder dizer que a música sempre esteve em primeiro lugar na minha lista de paixões, existem pelo menos mais duas que me movem: desporto e arte/design e tecnologia. O Design & Technology entra na minha vida porque sempre gostei de saber como é que as coisas funcionam e construir as minhas próprias ideias. Hoje em dia mal tenho

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