Inominável Ano 2 Inominável Nº7 | Page 42

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por Inês Rocha

Olá caros leitores!

Desta vez não vou falar de passeios e das coisas sempre interessantes que existem aqui para ver, mas vou falar de uma palavra bem portuguesa e já sentida por terras de Rei Artur: Saudade. Essa palavra sem tradução, da qual aparentemente não se pode fugir, nem mesmo quando descobrimos a felicidade longe de casa.

Tenho sentido a saudade. Veio devagarinho, aos pouquinhos, em pezinhos de lã. A primeira vez que se insinuou foi no Verão passado, quando fui a casa e senti o sol português na pele.

Acreditem, o sol não é igual em todo o lado! E por aqui a vou sentindo, nas coisas de que gosto menos no dia-a-dia, pois já lá diz o ditado (e falei-vos dele na edição anterior), nem tudo é “um mar de rosas”. Mas ainda faz mais sentido para mim aquela expressão que se diz, “para inglês ver”. Costumava dizê-lo sem entender bem o seu significado, mas aqui já o percebi perfeitamente; existem tantas coisas cá que são para inglês ver, pois se formos para lá do que se vê perde-se muita qualidade. E posso dar inúmeros exemplos, como o da construção das casas. Fazem uma coisa que tem muito mérito, que é recuperar, remodelar, aproveitar o que já se tem para melhorar. E damos por nós a morar em casas com mais de 100 anos mas com um aspecto moderno por dentro. A questão é precisamente a dessas obras feitas para inglês ver! Chão posto apenas onde se vê, por baixo de armários é inexistente. E torto, muito torto, aparentemente não sabem fazer uma esquadria, o que me levou a pensar de início que os meus móveis tinham algum problema. Não. O problema estava mesmo no chão!