Detectives Selvagens 2- Medo | Page 39

A forma do medo “Escrever um livro! Quem sou eu para cometer tal atrocidade?” Não percebia a posição extrema de Tim, mas entendia que era perigoso enervá-lo desta forma. Procurava compensar estes episódios ao preparar-lhe pequenos banquetes como ceia para quando chegasse a casa. Tim preferia ter a esposa acordada à espera dele, e exigia ter as luzes todas acesas. Se, devido a algum acaso, voltassem ambos para casa estando esta às escuras, não entrava até ter a casa toda iluminada. Se por alguma razão as luzes se apagassem durante a noite, e Tim acordasse na escuridão, gritava até que a esposa viesse em seu auxílio, e, no meio de risos trocistas, as ligasse de novo. A esposa de Tim descobriu que, depois destes sustos, Tim reduzia-se a um ser pálido e apático, tremendo encolhido, deitado na cama. Alarmada, preocupava-se com aquilo que considerava ser a sua galinha dos ovos de ouro. Redobrou a sua atenção, seguindo-o cada vez mais de perto, esperando aprender o suficiente para um dia poder dar um fim às suas funções de ama. 39