Red eyes, cold feet
nessa
tua
investigação.
Vais
habituar-te
rapidamente a vê-los pela cidade, a seres sondado,
e a seguires o teu caminho. Já quase não me
importo, se queres saber…
Rui
(interrompendo-a) Ainda há pouco te mostraste
incomodada com eles e com a sua geringonça, é
curioso como de repente mostraste outra visão.
(Ana veste o sobretudo e pega na sua mala, enquanto se
dirige para a porta da sala que dá acesso ao corredor.)
Ana
É a visão correcta. Aquela em que não estou
corrompida pelo medo de andar na rua. Bom, se
não te importas tenho de ir. Vemo-nos amanhã.
(Rui despede-se de Ana sem a olhar, sentado na poltrona.)
Rui
Adeus, Ana. Até amanhã.
(Ouve-se a porta do apartamento a bater num estrondo.)
Cold Feet
Naquele dia, algumas horas depois de Ana ter saído,
Rui sentou-se no sofá, de queixo apontado ao peito,
perscrutando as falhas do soalho de madeira por baixo dos
seus pés, enquanto alinhavava mais algumas ideias sobre a
teoria que mais cedo revelara à irmã. Pouco faltava para que
anoitecesse, quando olhou a janela e sentiu os últimos raios
21