Detectives Selvagens 2- Medo | Page 21

Red eyes, cold feet nessa tua investigação. Vais habituar-te rapidamente a vê-los pela cidade, a seres sondado, e a seguires o teu caminho. Já quase não me importo, se queres saber… Rui (interrompendo-a) Ainda há pouco te mostraste incomodada com eles e com a sua geringonça, é curioso como de repente mostraste outra visão. (Ana veste o sobretudo e pega na sua mala, enquanto se dirige para a porta da sala que dá acesso ao corredor.) Ana É a visão correcta. Aquela em que não estou corrompida pelo medo de andar na rua. Bom, se não te importas tenho de ir. Vemo-nos amanhã. (Rui despede-se de Ana sem a olhar, sentado na poltrona.) Rui Adeus, Ana. Até amanhã. (Ouve-se a porta do apartamento a bater num estrondo.) Cold Feet Naquele dia, algumas horas depois de Ana ter saído, Rui sentou-se no sofá, de queixo apontado ao peito, perscrutando as falhas do soalho de madeira por baixo dos seus pés, enquanto alinhavava mais algumas ideias sobre a teoria que mais cedo revelara à irmã. Pouco faltava para que anoitecesse, quando olhou a janela e sentiu os últimos raios 21