Detectives Selvagens 1 - Setembro 2014 | Page 93

Há histórias e histórias H ouve em tempos uma fantasia dispersa onde se encontravam e marcavam deliberadamente a sua história controversa. Nesse tempo houve uma dessincronização temporal onde ora se sorriam com enlevo ora se apunhalavam mentalmente sem qualquer remorso sendo raros os espaços em que partiam em busca de uma neutra serenidade. Nunca foram unânimes numa convenção democrática que visava uma mera reflexão acerca de um hipotético refúgio onde podiam consagrar e celebrar a palavra paz, ao longo dos tempos foram-se desintegrando e nada restou senão caminhar em busca de esquecimento. Foram longos os processos de limpeza daquelas marcas que o instigavam a viver na traumatizante insónia e a divagar entre pensamentos e suspiros carregados de nicotina. A cada passo dado tinha saudade da saudade de nunca a ter tido suficientemente. Surgiu-lhe depois a desgastante rotina e as vivências inquietantes com a solidão… A sua locomotiva trazia-lhe inúmeros vagões de pensamen F