Detectives Selvagens 1 - Setembro 2014 | Page 75

ZYZ Esfregam-nos, verdes, as insolências na cara. Vimo-las passar, como as ovelhas olham o seu pastor: inertes e consoladas, por ter erva no prado. Que é do nosso pastor? Aquele que teima em não chegar! O túnel estreita, a fome aperta, a situação piora; graça inocente a dos que ainda acreditam. Efémero é o correr dos anos, a vida passa e nem te vê. A mesma condição que a todos assiste, espreita: A morte. Com o seu véu fúnebre e pálido. Revoltam-se as tropas deste batalhão. Esfomeadas, de respeito, invadem as portas dos palácios. Esses palácios, de cristal, onde a vida de todo o rebanho é discutida. As portas continuam fechadas, estarão sempre fechadas essas portas... 75