Detectives Selvagens 1 - Setembro 2014 | Page 73

22:47 viram além de uma expressão apagada pelo tempo e pela mágoa, do frio Invernoso e da neve cinzenta, tal e qual a sua alma, vagueando até cair branca no chão e se derramar líquida, é a verdade silenciada, verdadeira e implacável. - Perdoa-me… O destino, que destino, arma sem escrúpulos, sem amor, e sem amor, a existência estéril, invenção mentirosa, desinfectante de pecados com nome próprio, o destino foi o caralho, crime impune, baralhou a máquina e fez da vida relógio lento, as peças, essas nasceram certas, e perante o tempo moroso e opaco, esperou então paciente, que a morte finalmente lhe colorisse a vida. - Pai. - Perdoa-me o anacronismo. - Mas Odeio-te até na morte. 73