FRANCISCO VILAÇA
seguir da carne, não os sonhos concretos, mas da sua a
idoneidade, (isso, esse cheiro fétido) sobre o corpo frágil,
(não de quem sou, não sei se há primeira, mas deixei de
ser), a dor que nunca chega a doer, estranhamente, na
vida, a equação da soma em partes iguais e percentagens
diferentes, entre o medo e o repúdio expelem a dor, mas
aquelas noites e o sobressalto, o acordar, a espera, a
angústia da pila nojenta, da picha despertador, do pénis
galo, que canta quando bebe, porque antes do peito
opulento e sensual, já vivia a Maria (des)Aparecida,
indefesa (fodeste-me, a mim e à vida quando me levaste a
virgem-dade, tinha somente 7 anos seu porco) a vida que
ainda se vivia em sonhos de Ofélia, do elástico e da rua,
ficaram os dias, iguais, glaciais, num arrepio do estômago,
e neles a frieza dos (meus) olhos apagados entre os seios,
- Pai.
- Tenho de te contar, e por favor perdoa-me…
Na noite de 26 de Julho de 2014, Maria Aparecida Lima
não resistiu a doença prolongada que lhe dizimava alma
falecendo às 22.47, o seu espírito atormentado anos a fio
partiu para outro lugar, sucumbindo a um desígnio
fatalmente traçado pelas memórias que se alimentaram do
seu peito ora em vagas de ansiedade, ora em corrupios de
desespero solitário, deixando saudade eterna àqueles que
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