Detectives Selvagens 1 - Setembro 2014 | Page 72

FRANCISCO VILAÇA seguir da carne, não os sonhos concretos, mas da sua a idoneidade, (isso, esse cheiro fétido) sobre o corpo frágil, (não de quem sou, não sei se há primeira, mas deixei de ser), a dor que nunca chega a doer, estranhamente, na vida, a equação da soma em partes iguais e percentagens diferentes, entre o medo e o repúdio expelem a dor, mas aquelas noites e o sobressalto, o acordar, a espera, a angústia da pila nojenta, da picha despertador, do pénis galo, que canta quando bebe, porque antes do peito opulento e sensual, já vivia a Maria (des)Aparecida, indefesa (fodeste-me, a mim e à vida quando me levaste a virgem-dade, tinha somente 7 anos seu porco) a vida que ainda se vivia em sonhos de Ofélia, do elástico e da rua, ficaram os dias, iguais, glaciais, num arrepio do estômago, e neles a frieza dos (meus) olhos apagados entre os seios, - Pai. - Tenho de te contar, e por favor perdoa-me… Na noite de 26 de Julho de 2014, Maria Aparecida Lima não resistiu a doença prolongada que lhe dizimava alma falecendo às 22.47, o seu espírito atormentado anos a fio partiu para outro lugar, sucumbindo a um desígnio fatalmente traçado pelas memórias que se alimentaram do seu peito ora em vagas de ansiedade, ora em corrupios de desespero solitário, deixando saudade eterna àqueles que 72