Detectives Selvagens 1 - Setembro 2014 | Page 12

Madalena serra cerca de nove livros por mês, ultrapassando os cem livros por ano, interessava-se sobretudo pelos russos e pelos sulamericanos, variando sempre entre os clássicos e a literatura contemporânea. Como era de prever, o simples facto de constarem na lista de Teresa autores como Dostoievski, Bolaño e Cortázar era motivo de gáudio para Henrique. O único ponto que o desagradava ligeiramente era não constar poesia nessa lista, Um erro crasso, Teresa, mas que compreendo em parte, apenas uma semana em Paris é capaz de não ser o melhor ambiente para leres um bom livro de poesia, se calhar se fosses por um mês… Exacto, e, se queres que te diga, tenho lido muita poesia ultimamente, ainda há duas semanas terminei a compilação da poesia do Ruy Belo que tanto tempo me tomou, pelo meio ainda li o Como uma Flor de Plástico na Montra de um Talho, dessa tal Golgona de que me falaste, lembras-te?, e a Obra Completa de Álvaro de Campos que saiu este ano, preciso definitivamente de mudar de género literário. Após a discussão sobre a inclusão ou não de um livro de poesia na lista, ficou estabelecido que Teresa teria definitivamente de levar um livro de Roberto Bolaño. Henrique, que sabia que Teresa havia lido Os Detectives Selvagens no ano anterior, tentou dissuadi-la a trocar Estrela Distante por A Pista de Gelo, por achar mais adequado. Teresa após alguns segundos de reflexão, lembrou-se do 12