EFREM MIRANDA
Se eles ainda me quiserem
É emigrante o que sentir saudade
de casa e do pastel
de bacalhau e de vinho
tinto na voz do fado
trinado que o enfada
É de casa que se vertem lágrimas
hoje distam apenas os abraços
os beijos nos regaços
as mães e os temperos
de solidão e desesperos
de dia esqueço
de noite adormeço
de dia começo
de noite pereço
um dia volto
como se voltar fosse esquecer
que perdi os dias
que eram apenas dias
que eram de viver
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