Detectives Selvagens 0 - Julho 2014 | Page 28

ELIZA BRADATIAN Quero que me levem daqui hoje que não temo nada que me deixem no peito marmóreos lilases que preparem o meu sono que descansem nele mãos melancolias e quaisquer cruéis palavras ofereço embalo varandas secretas violinos de mel ópio maresia papel poroso que vos expire as tristezas e as percam para sempre — Nunca durmo aguardo o meu inverno carreguem-me nos braços desçamos juntos os degraus de madeira perfumada tombem os olhares vejam como o meu rosto é vão adornados músculos de prata em declínio eu disse levem-me daqui antes que me lembre de amar 28