Conferência Nacional sobre as Cidades | Page 93

ses casos podem ser resolvidos por agentes municipais de mediação de conflitos e por ações de prevenção. Imaginemos o desperdício de deslocar viatura, policiais, tecnologia, para resolver casos banais do cotidiano. Nem tudo pode ser tratado como caso de polícia. É oportuno o país pensar novos conceitos sobre a segurança, como, por exemplo, nos formatos de polícia comunitária mais próxima da população, assim como na participação da comunidade nas discussões sobre segurança. Porém, o formato militar da maior parte do contingente policial ainda inibe a convivência entre a polícia e o cidadão. O policial militar de hoje tem que ser tratado como um profissional especialista em segurança pública. Não pode simplesmente ser submetido a uma disciplina militar. O policial militar trabalha dentro da comunidade, mas está longe das pessoas. A prefeitura precisa trazer as instituições policiais para a discussão com a população, nos bairros, nas comunidades, nas organizações sociais. É comum ouvir nas comunidades que “a PM é a polícia do povão”. No entanto, outro fator de afastamento da população é a falta de recursos disponíveis para equipar a tropa, assim como a polícia civil. Ocorre com frequência um policial ter que comprar seu material de proteção, como uniforme, botas, coletes e usar seu celular pessoal, porque não recebe da instituição. São fatores que desestimulam o policial a buscar envolvimento com as comunidades, porque se sente desvalorizado. Por outro lado, no Brasil permanece o pensamento popular preconceituoso, decorrente do período da ditadura, de que a polícia é uma corporação violenta. Há também uma percepção popular de que a polícia civil é “polícia de rico”. Este preconceito diminui o apoio da sociedade à causa da polícia. Por exemplo, a Segurança 91