Conferência Nacional sobre as Cidades | Page 74

arcaicas e atrasadas, como por exemplo a Lei 8.666. Somos muito tímidos ainda na terceira onda, o país investe muito pouco em ciência, tecnologia e inovação. O que se dirá da quarta onda da economia! Estamos ainda longe de dar um salto nesses setores. Igualmente, o Brasil vive uma conjuntura econômica de déficit nas contas públicas, com inflação alta, o que obriga o Banco Central a aumentar as taxas de juros, e faz com que os investidores prefiram colocar seus recursos no mercado financeiro especulativo, ao invés de colocar seus recursos na produção. Observa-se que os prefeitos das cidades, independentemente do seu tamanho, vivem uma situação caótica: os recursos que arrecadam não ficam, em sua maioria , na cidade; dessa forma, a saúde financeira delas depende, de um lado, do esforço próprio da gestão pública local que deve ser pautada pelos princípios da responsabilidade e da eficiência, mas, por outro, ela depende fortemente do contexto macroeconômico e do modelo federativo do país. Então, essas duas frentes devem ser simultaneamente enfrentadas. Nas últimas décadas muitos encargos vêm sendo colocados sob a responsabilidade dos municípios, sem o repasse dos recursos necessários, engessando suas administrações e provocando o seu crescente endividamento. As pessoas da cidade hoje têm acesso à informação on -line e on-time (ao vivo e na hora que acontecem); os modos de vida das pessoas são os mais variados, o que dificulta definir políticas públicas gerais que agradem à maioria; e, por fim, estabelecer parceria com o setor privado está mais difícil, posto que seus recursos estão destinados prioritariamente ao capital especulativo. 72 Conferência Nacional sobre as Cidades – Governança Democrática