arcaicas e atrasadas, como por exemplo a Lei 8.666. Somos muito
tímidos ainda na terceira onda, o país investe muito pouco em
ciência, tecnologia e inovação. O que se dirá da quarta onda da
economia! Estamos ainda longe de dar um salto nesses setores.
Igualmente, o Brasil vive uma conjuntura econômica de déficit nas contas públicas, com inflação alta, o que obriga o Banco
Central a aumentar as taxas de juros, e faz com que os investidores prefiram colocar seus recursos no mercado financeiro especulativo, ao invés de colocar seus recursos na produção.
Observa-se que os prefeitos das cidades, independentemente do seu tamanho, vivem uma situação caótica: os recursos
que arrecadam não ficam, em sua maioria , na cidade; dessa
forma, a saúde financeira delas depende, de um lado, do esforço
próprio da gestão pública local que deve ser pautada pelos princípios da responsabilidade e da eficiência, mas, por outro, ela depende fortemente do contexto macroeconômico e do modelo
federativo do país. Então, essas duas frentes devem ser simultaneamente enfrentadas.
Nas últimas décadas muitos encargos vêm sendo colocados
sob a responsabilidade dos municípios, sem o repasse dos recursos necessários, engessando suas administrações e provocando o
seu crescente endividamento.
As pessoas da cidade hoje têm acesso à informação on
-line e on-time (ao vivo e na hora que acontecem); os modos
de vida das pessoas são os mais variados, o que dificulta definir políticas públicas gerais que agradem à maioria; e, por fim,
estabelecer parceria com o setor privado está mais difícil,
posto que seus recursos estão destinados prioritariamente ao
capital especulativo.
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Conferência Nacional sobre as Cidades – Governança Democrática