Para o PPS impõe-se, hoje, ultrapassar a fórmula do “poder
local” adotada pelo partido desde o processo de redemocratização do país. A ideia de que o “poder local”, vinculado à noção de
“radicalidade democrática”, como um ponto de enfrentamento
da crise geral do Estado mostrou-se retórica e limitada e, por outro lado, levou o PPS a vacilar no sentido de adotar a perspectiva
de um partido autenticamente reformador no qual importa menos a perspectiva finalística e mais a proposição prática de propostas de enfrentamento de questões concretas da vida da população, tornando-as seus objetivos permanentes.
É imprescindível que o PPS faça uma avaliação crítica da
política de “orçamento participativo”. A dinâmica efetiva do orçamento participativo, além de lidar com um percentual irrisório
de recursos no planejamento do município, gerou ilusões e muitas distorções. Ela não foi efetivamente uma política democrática
de participação e acabou cedendo espaço para o paternalismo, o
Alberto Aggio, professor aposentado da Unesp e presidente
da Fundação Astrojildo Pereira
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Conferência Nacional sobre as Cidades – Governança Democrática