sões as manifestações de rua que atravessaram o país desde
2013 contra o governo Dilma e a presença do PT no governo, e a
Operação Lava-Jato, no sentido de frear a força dos grupos econômicos encastelados no Estado e, ao mesmo tempo, afirmar a
noção de que as leis valem para todos.
Toda política cultural deve se adequar às realidades locais
sem perder o vínculo entre cidade e universalidade. A política cultural, a partir dos municípios, deve estimular a liberdade de expressão, de manifestação e de respeito à diversidade. Deve proporcionar o acesso mais amplo possível aos bens culturais, visando
a garantir ao cidadão a preservação de seu patrimônio cultural e,
ao mesmo tempo, possibilitar a ele sua elevação e progressão. Em
suma, a política cultural que propomos deve fazer jus a uma ideia
de que a cultura é uma esfera social e humana que supre e, ao
mesmo tempo, gera novas necessidades culturais.
O engajamento do poder público municipal no desenvolvimento da cultura, em articulação com os outros entes federativos (estados e União) vem da consciência de que a produção cultural não é capaz de sobreviver a contento numa sociedade
predominantemente mercantilizada. Por isso, o impulso e o estímulo à criação artístico-cultural, bem como a sua renovação, devem procurar combinar suas ações, sempre que possível, buscando um equilíbrio com as exigências do mercado. Em essência,
a cultura é produzida pela sociedade e ao Estado cabe o papel de
ajudar a dar visibilidade a essa produção.
Em nossa perspectiva, a legitimidade de uma proposta cultural se assenta na ideia de que, em nosso país, produzimos uma
“cultura de fronteira”. Uma cultura que mescla conteúdo popular
e caráter erudito. É um grande equívoco estabelecer uma “muralha chinesa” entre essas duas dimensões culturais da nossa formação histórica. Além disso, pode-se dizer que nossa cultura
Cultura
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