Conferência Nacional sobre as Cidades | Page 107

e reflexão, expressão e proposição. São estas as respostas capazes de mudar o mundo e a vida dos homens. A partir destas premissas, considera-se a cultura como um conjunto de traços distintivos, espirituais e materiais, intelectuais e afetivos que caracterizam uma sociedade ou um grupo social, proporcionando ao homem a capacidade de reflexão sobre si mesmo, fazendo-o reconhecer-se como um projeto inacabado e que busca incessantemente uma interlocução com os diferentes atores culturais. “Estar no mundo” é tornar-se sujeito em todo este processo, estratégia essencial no desenvolvimento da sociedade, via preservação dos valores de um povo. O que tem a ver com o conceito de identidade cultural, concebida não como o que nos diferencia dos demais, mas como aquilo que nos une, nos dá sentido de pertença. Política Cultural As políticas públicas para a cultura, que formam em conjunto o que podemos chamar de “política cultural”, devem ter em vista e guardar uma íntima esperança no sentido de se construir um país mais democrático, com relações igualitárias, remetidas ao princípio da alteridade e da plena liberdade de expressão e de manifestação de todos, visando lhes garantir a possibilidade de produção simbólica do seu “estar no mundo”, independentemente de sexo, etnia, credo religioso e origem. O locus da produção cultural é a sociedade civil. Por isso, enrijecer a política cultural a partir de uma lógica de Estado tem gerado inúmeros problemas e disfunções. Partidos políticos que se fundam nessa lógica estão com os dias contados. No entanto, é preciso levar em conta que a produção de cultura, especialCultura 105