AboutUS By Hotspotorlando #29 | Page 11

Os problemas urbanos e sociais da “Cidade Maravilhosa” se expõem pari passu a um projeto político que sempre excluiu os deserdados do sistema e reprime as manifestações sociais, como se não existisse o Estado de direito e a garantia constitucional de respeito às liberdades individuais e coletivas’. Tudo aponta para a quebra de valores caros à cidadania e o desrespeito à gestão da “coisa pública”, colocando em xeque o próprio significado de República Nesses tempos inquietantes em que vivemos, pretensamente ahistóricos, defrontamo-nos a cada passo, a cada momento, com a “cidade partida”, de Zuenir Ventura, ou “em cada ribanceira uma nação”, de Chico Buarque. As aceitáveis diferenças entre pobreza e miséria, segundo os padrões capitalistas e burgueses, estreitaram-se cruelmente durante os longos anos da ditadura militar e prosseguiram, com certas diferenças, na chamada Nova República. O mundo da favela afirmara-se em uma atitude de franca negação aos supostos valores civilizatórios do mundo do asfalto. O que fazer diante de projetos urbanos que ousam não enfrentar a segregação sócio espacial e optam por reproduzir a “cidade murada” e a “cidade civilizada” para reinventar a tradição da boa sociedade, dentro de uma perspectiva militarizada de segurança? As sucessivas obras da prefeitura do Rio de Janeiro celebram a consolidação de uma modernidade, ainda que tardia. Porém, a liberdade e a própria civilização, no que esta implica em