A democracia sob ataque | Page 43

O Brasil precisa da Lava-Jato
Arnaldo Jordy

O que já era esperado começa a ocorrer de fato . Após as prisões do ex-governador do Rio de Janeiro , Sérgio Cabral ; do ex-presidente da Câmara dos Deputados , Eduardo Cunha ; e da condenação de um dos maiores empreiteiros do Brasil , Marcelo Odebrecht ; a Operação Lava-Jato começa a receber críticas com relação a um suposto excesso em prisões preventivas , se não pela quantidade , mas pela longa duração .

As reclamações vêm não só do mundo político , como era de se esperar , diante da homologação das delações de dezenas de executivos da construtora Norberto Odebrecht , que compromete cerca de 50 parlamentares , mas do próprio Supremo Tribunal Federal ( STF ). Recentemente , o ministro Gilmar Mendes afirmou que a Corte terá que discutir e se posicionar sobre o tempo alongado das prisões preventivas determinadas pelos juízes da Lava-Jato que , de acordo com ele , conflita com a jurisprudência do STF ao longo dos anos .
Na sequência , foi a vez do ministro Marco Aurélio Mello reforçar as críticas contra o excesso em prisões preventivas , secundando Mendes , ao declarar que a prisão provisória deixou de ser exceção para se tornar regra , e que hoje se prende para dar satisfação à sociedade , antes de se apurar a participação do alvo de prisão no crime investigado .
A declaração de Marco Aurélio foi dada na véspera da primeira tomada de depoimento do ex-deputado Eduardo Cunha pelo juiz Sérgio Moro . A defesa do peemedebista , como era de se esperar ,
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