Cidade Nova 5c0700a21125a262101265pdf

Protagonistas | Lívia Navas | [email protected] Eles escolheram fazer a diferença Difusão silenciosa da paz REVOLUÇÃO SEM ARMAS Em meio às revoltas da Primavera Árabe, a iniciativa de um professor no Cairo ganhou projeção mundial ao promover uma cultura de paz Palma foi nomeado em 2016 o pre- sidente do Fórum Mundial da Paz Juvenil promovido pela Schengen Peace Foundation. O Brasil é um dos países mais ativos na educação para a paz. Além das ações em sala de aula, são rea- lizados grandes eventos para a pro- moção do projeto, como o próprio Fórum Mundial da Paz de 2016 e o Fórum Educar Pela Paz, realizado em 2018. A prática do Dado da Paz já alcançou destaque até mesmo em locais públicos no Brasil. Três muni- cípios dedicaram praças à iniciativa, para tornar o dado acessível a todos: Santa Cruz do Monte Castelo (PR), Ibiporã (PR) e Ananindeua (PA). O Dado da Paz na praça de Ibiporã (PR) 24 | EM 2011, o professor uruguaio Carlos Palma vivia no Egito e presenciou a série de convul- sões sociais no Oriente Médio, que ficaram conhecidas como Primavera Árabe. Em meio aos conflitos, Palma decidiu dedicar seus es- forços à construção de uma cultura de paz no seu entorno e introduziu o Dado da Paz na rotina ­escolar de seus alunos. O resultado foi surpreen­dente. A iniciativa contagiou a escola toda e se espalhou por outros colégios do Cairo. Em pouco tempo, o Dado chegou a universida- des do Egito e extrapolou as fronteiras do país. Assim surgiu o Living Peace (Educação para a Paz), uma metodologia que, em sete anos, já alcançou 250 mil crianças em 113 países. As atividades que hoje compõem o projeto Living Peace são difundidas em centros edu- cacionais, escolas, paróquias, centros de ado- lescência e juventude, em diversos lugares do mundo. Em reconhecimento ao seu trabalho, Cidade Nova | Dezembro 2018 O DADO NA PRÁTICA O Dado da Paz foi uma das primeiras brinca- deiras que a professora Glaucya Lino introdu- ziu na rotina diária dos alunos da escola onde trabalha, na zona norte do Rio de Janeiro. Cada face do cubo tem uma frase a ser pra- ticada durante o dia. Além de exercitá-lo em sala de aula, as crianças levavam o dado para viver com a família em casa e escrever as expe- riências no Diário da Paz. O lema da ativida- de incentiva todos a assumirem a postura ne- cessária: “O dado não é mágico, a gente é que precisa mudar”. Em pouco tempo, os próprios alunos, an- tes conhecidos por brigarem constantemente, se apropriaram do projeto. Todos na sala ou- viam a explicação do início ao fim, feita pelas próprias crianças. “Entre eu e eles a gente era uma coisa só, nós caminhamos juntos nisso”, conta a professora.