Cidade Nova 5bdb0ec2bb81c156814066pdf

Protagonistas | Lívia Navas | [email protected] Eles escolheram fazer a diferença Desafios e conquistas do jornalismo na Amazônia ESPERANÇA Ideia de um lugar mais humano e consciente supera dificuldades, empodera cidadãos locais e dá vez à luta social À BEIRA DO RIO AMAZONAS situa-se Santa- rém, no Pará, cidade com 205 mil habitantes que abriga a sede da Rede de Notícias da Ama- zônia (RNA), criada em 2007 para produzir jornalismo diário e educativo para 20 emisso- ras de rádio e outras parceiras espalhadas pela Amazônia Legal e pela Amazônia Internacio- nal. Os desafios são grandes, principalmente de locomoção e acesso à internet, mas não de- sanimam funcionários e voluntários da RNA. Jéssica Santos, produtora executiva, está na RNA desde o início de 2017, e é conhecida in­ ternamente, e com carinho, como subchefe ou só sub. Ela, por sua vez, não esconde o amor pelo trabalho que realiza. “Sou responsável pela Rede de modo geral, digo que é um filho que acabei adotando. Tenho muito respeito por todos os profissionais que já passaram, que estão e que ainda vão passar. A Rede é um presente”, afirma. Além da produtora, atualmente o projeto é composto por padre Edilberto Sena, presiden- te, Joelma Vieira, coordenadora, Alan Hills, Daniela Pantoja e Isabel Cristina, que fazem a 24 | Cidade Nova | Novembro 2018 pesquisa, participação e coprodução de progra- mas da Rede. AMAZÔNIA É NOTÍCIA Esse é o nome de um dos produtos da compa- nhia, o jornal diário de 30 minutos composto por três blocos de notícias. O objetivo principal é dar voz às comunidades amazonenses, que são muitas e frequentemente negligenciadas pela imprensa tradicional. Com a veiculação de 12 a 13 notícias, o programa prioriza temas sociais, políticos e ambientais. Jéssica ressalta a importância do papel do noticiário: “É preciso dar vez e voz a quem mora na região amazônica e que, na maioria das ve- zes, é esquecido pela grande mídia. Quem são? Os quilombolas, os ribeirinhos, os verdadeiros donos da floresta amazônica de modo geral. Eles precisam dessa voz”, argumenta. Joelma, coordenadora da RNA, também enfatiza essa missão de defensor de comunida- des excluídas na região: “Ser um espaço, um instrumento dos menos favorecidos dos povos