Military Review Edição Brasileira Março-Abril 2014 | Page 28
Guarda Costeira dos EUA
Navios de desembarque conduzem carga para terra firme, na Praia de “Omaha”, durante a maré baixa, em meados de junho de 1944. Observe
os balões de barragem*, ou de proteção, e o comboio de viaturas concentrando-se na praia. A embarcação LST-262 foi uma das dez tripuladas
pela Guarda Costeira a participar da invasão da Normandia, na França.
promover ou reter apenas indivíduos com um
histórico impecável, sem qualquer tipo de mancha. Alguns sargentos e oficiais extremamente
qualificados podem ver suas carreiras acabarem
em função de um único contratempo ocorrido
sob seu comando. Um ambiente como esse — ou
mesmo a percepção de tal ambiente — pode ter
consequências negativas. Pode ajudar a impelir
o Exército rumo a uma cultura avessa a riscos
ao criar a percepção de que comandantes não
podem se dar ao luxo de cometer um erro sequer.
Os comandantes poderão optar, cada vez mais,
pela cautela durante o adestramento e operações
*[Definição constante do glossário da Agência Nacional de Aviação Civil: “Balãopapagaio utilizado para bloquear a passagem de aeronaves, abaixo de certa altura,
como proteção de determinada área” — N. do T.]
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de combate, para evitar prejudicar suas próprias
carreiras. A adoção generalizada desse tipo
de mentalidade pode fazer com que seja mais
difícil, no futuro, que comandantes tomem uma
importante decisão que acarrete riscos significativos. Teria sido difícil ou até impossível para
Eisenhower autorizar a invasão da Normandia,
por exemplo, caso fosse paralisado pela aversão
ao risco ou por um ambiente de “erro zero”.
A mitigação de riscos não é uma ciência exata,
e não existe algo como uma decisão sem riscos.
O processo é uma arte e, mesmo quando desempenhado de maneira brilhante, os comandantes
enfrentarão eventuais reveses ou até mesmo
o insucesso total. A variedade de decisões
pelas quais um comandante organizacional é
Março-Abril 2014 • Military Review